sábado, 24 de janeiro de 2009

Made in Portugal

António, depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egypt), começou

 

·         o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7 da manhã.

·         Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café

·         (importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in Chech Republic),

·         barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China).

·         Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e

·         um relógio de bolso (Made in Switzerland).

·         Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua torradeira

·         (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain),

·         pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver quanto é que poderia

·         gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in Thailand)

·         para ver as previsões meteorológicas.

·         Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu um sumo

·         de laranja (produced in Israel), entrou no carro (Made in Sweden) e

·         continuou à procura de emprego.

·         Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do seu

·         telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made in Italy), o

·         António decidiu relaxar por uns instantes.

·         Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made in

·         Denmark), serviu-se de um copo de whisky (produced in Scotland), ligou a TV

·         (Made in Indonesia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar

·         um emprego em PORTUGAL...

Enviado por A.Leitão

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ser português é...


 
Levar arroz de frango para a praia.
 
Guardar as cuecas velhas para polir o carro.
 
Lavar o carro na rua, ao domingo.

Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).

Passar o domingo no shopping.

Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.

Ter bigode.

Viajar pró cu de Judas e encontrar outro Tuga no restaurante.

Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.

Enfeitar as estantes da sala com as prendas do casamento.

Exigir que lhe chamem 'Doutor'. Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro.

Axaxinar o Portuguex ao eskrever.

Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque 'é caro'.

Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.

Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos. e os pretos

Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e pelo menos, a 500 metros de casa.

Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).

Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!

Ter três telemóveis. Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.

 Ir à bola, comprar 'prá geral' e saltar 'prá central'.

Viver em casa dos pais até aos 30 anos ou mais.

Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito 'porque não se quer aborrecer'.

Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.

Enviado por A.Leitão

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Viraram vitimas...

No JN de hoje, 15 de Janeiro,  Manuel António Pina escreve um texto que vos aconselho a ler com atenção e que intitulou:

Do drama à comédia

         A crer nas alegações dos arguidos, que a comunicação social tem abundantemente referido, quem está a ser julgado no processo Casa Pia é o Ministério Público, a Magistratura Judicial (que os pronunciou) , a Polícia Judiciária, o Instituto de Medicina Legal, os peritos médicos que observaram as crianças, as testemunhas, a comunicação social, a opinião pública e o Mundo em geral; e as vítimas são os arguidos. Um imenso «complot» universal terá sido organizado para congeminar uma maléfica «fantasia» e, com obscuros fins, acusar meia dúzia de inocentes. Não queria estar na pele do colectivo que julga o processo, a quem, se assim foi, se pede, não que dê uma sentença, mas que encarne o Bem e faça a Revolução, mandando extrair certidões para meter na cadeia dois terços das instituições e dois terços do próprio país. Na verdade, o que, no caso, está a ser julgada é a Justiça portuguesa e a sua independência. O grande júri em nome de quem é suposto a Justiça ser administrada tem razões para estar perplexo com o folheto de cordel em que o processo está a ser transformado.

 

PS : «… meia dúzia de inocentes » . Está certo porque muitos já foram «absolvidos» !!!.

 

Ainda se recordam do que disse o Sr. Mota ( motorista do C.Cruz ) logo no início do processo ? Eu recordo : « se o C. Cruz é pedófilo, então eu também sou ». Acusado, voou para o Brasil e por lá anda.

Enviado por A. Leitão

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A mais antiga profissão do mundo



Dizem que a profissão mais antiga do mundo foi a prostituição. Não posso concordar. Até porque não havia dinheiro quando o mundo começou, e se para o homem bastava dar com uma moca na cabeça da mulher e arrastá-la para a sua caverna, porque carga de água haveria de pagar? 
Dizem então que a primeira profissão deve ter sido um dos trabalhos mais básicos, como agricultura ou caça. Embora concorde que tenham sido das primeiras profissões, a primeira não foram, até porque no início não havia ferramentas para agricultura nem armas para caçar. 

Sugerem então que tenha sido o ensino. Mas para ensinar é preciso aprender. É a história de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. Neste caso, o estudante ou o professor. Ninguém nasce ensinado, logo teria de estudar primeiro. Mas no início não acredito que o homem tenha partido para esta actividade assim de arranque. 

Temos de nos colocar na pele desse primeiro homem para perceber. 
Então, o homem aparece. Um homem, Adão, sozinho, sem saber o que fazer. Qual a sua primeira iniciativa? Obviamente, coça os tomates. 
Assim sendo, a primeira profissão do mundo foi claramente... 
funcionário público.

Enviado por A. Leitão

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Precisa-se de matéria prima...

Eduardo Prado Coelho, antes de falecer, teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta. Sei que o texto é extenso, mas lê-se facilmente, e também sei que muitos portugueses nem são muito dados a leituras mas, vale a pena ler (é a minha opinião!). Cada um que interprete como bem entender...

Precisa-se de matéria prima para construir um País

Eduardo Prado Coelho - in Público

 

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.

Agora dizemos que Sócrates não serve.

E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.

Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.

O problema está em nós. Nós como povo.

Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.

 Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escolados filhos ....e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagarmenos impostos.

Pertenço a um país:

- Onde a falta de pontualidade é um hábito;

- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.

- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.

- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.

- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.

- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.

 

Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.

- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.

- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.

- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

- Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

- Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.

Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.

Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...

Fico triste.

Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.

Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:

Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, tolerantes com o fracasso.

É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.

E você, o que pensa?.... MEDITE!              

(EDUARDO PRADO COELHO)

Enviado por Luís Beja